sábado, 25 de fevereiro de 2012

Belas Paisagens.... belas poesias!























Poesia de Pedro Schlindwein



MORRO DO ELEFANTE
PEDRA NEGRA
SANTO ANTÔNIO
CACHOEIRA DO RIO GRANDE

QUE MARAVILHA
ISTO É UMA ILHA
CERCADA DE MONTANHAS
NAS ENTRANHAS DE BOCAINA DE MINAS

DUAS NINFAS APARECEM
COISAS ACONTECEM
O SOL ESCONDE-SE NA PEDRA PINTADA
NO ALTO DA MONTANHA
ESCUTA-SE O SILÊNCIO
SÓ QUEBRADO PELO VENTO



Cachoeira do Rio Grande


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ARAUCÁRIAS



   A Araucária [Araucária angustifolia (Bertl.) Kuntze 1898] é a espécie arbórea dominante da floresta ombrófila mista, ocorrendo principalmente na Região Sul e parte do Sudeste, sendo conhecida por Pinheiro-Brasileiro ou Pinheiro do Paraná; e também pelo nome de origem indígena, Curi.
   Sua origem remonta a mais de 200 milhões de anos atrás, quando sua população se disseminava pelo Nordeste brasileiro. Conífera dióica, perenifólia, heliófita, pode atingir alturas de 50 m, com um diâmetro de tronco à altura do peito de 2,5 m. Sua forma é única na paisagem brasileira, parecendo uma taça. Ocupando uma área original de 200 mil km2, a partir do século XIX foi intensamente explorada por seu alto valor econômico, dando madeira utilíssima e sementes nutritivas, hoje seu território está reduzido a uma fração mínima, tendo diminuido em 97% no último século, o que segundo a União Internacional para Conservação e dos Recursos Naturais (IUCN) coloca a Araucária em Perigo Crítico de Extinção.
   Sua vida se estende em média de 200 a 300 anos, sua madeira é de alta qualidade e já foi de importância básica para a econômia brasileira.
   Na colonização italiana nas serras do Rio Grande do Sul, a araucária já aparece como uma das grandes fontes de renda inicial para o colono, que ao chegar da Europa, inicia a derrubada das matas, abrindo espaço para a agricultura, logo podia usar a madeira para fazer sua casa e vender o excedente para manter-se nos difíceis primeiros anos da colônia, numa região onde até sua chegada não havia senão floresta virgem. A madeira da araucária se tornou o material mais privilegiado na original arquitetura que ali floresceu, com ela se produzindo inúmeras edificações de rara beleza plástica.


   Suas sementes participavam da dieta de indígenas que ocupavam a região e salvaram muitas famílias de imigrantes italianos da fome, no fim do século XIX, integrando-se prontamente à culinária colonial, in natura ou transformadas em farinha, pães e massas, ainda hoje os pinhões agregam renda ao pequeno produtor rural. E é presença obrigatória nas Festas Juninas.

As flores femininas são estróbilos, conhecidos popularmente como pinhas, e as masculinas são amentos ou cones cilíndricos. As araucárias não tem frutos verdadeiros, ou seja, suas sementes não são envolvidas por uma polpa. Os pseudofrutos ficam agrupados nas pinhas que, maduras, assumem uma forma esférica, com um diâmetro de cerca de 15 a 30 cm, podendo pesar até 5 kg. Pinhão é a designação genérica da semente. Nos meses de maio a junho as pinhas "estouram" ao sol, espalhando os pinhões num raio de até 50 m. Mas, apesar de engenosa, esta não é a principal forma de disseminação desta notável planta.

O homem e os animais que se alimentam desse pinhão também atuam no transporte e disseminação das sementes. Quatis, pacas, bugios, ouriços, camundongos, esquilos, besouros, formigas e diversas aves se beneficiam da semente rica em amido, Vitaminas B, cálcio, fósforo e proteinas.

   A Araucária dá substrato para mais de 50 espécies de epífitas, entre plantas vasculares, musgos e líquens, e abrigo para ninhos de 23 espécies de formigas. Mantém além disso importantes associações mutualísticas com cerca de 15 espécies de fungos. A redução na população de araucárias ameaça de extinção não só sua própria espécie, mas muitos outros organismos a ela intimamente associados, como a canela-sassafrás (Ocotea pretiosa), a canela preta ( Ocotea catarineneses), a imbuia (ocotea porosa), o xaxim (Alsopila setosa), a grala azul (Cyanocorax caeruleus), o macuco (Tinamus solitarius), os inhambus do gênero Crypturelus, a jacutinga (Pipile jacutinga) e grande número de epífitas.


   Um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2002, concluiu que "a floresta ombrófila mista está no fim e, se não for criada, imediatamente, uma série de unidades de preservação, corre-se um grande risco de perder esse ecossistema.... Os raros remanescentes florestais nativos são de dimensões reduzidas, encontram-se isolados e com evidentes alterações estruturais".


   A Araucária está na lista de espécies ameaçadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Instituto de Botânica de São Paulo e da Fundação Biodiversitas. Figura na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).


   Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná, relata que a presença da araucária é considerado por muitos agricultores como um entrave aos seus objetivos, quando há algumas décadas atrás os Produtores rurais plantavam a araucária, hoje eles cortam as mudas que nascem perto de alguma planta mãe, pois se deixarem crescer não poderão cortá-la quando adulta, para usar sua madeira, e a árvore ocupará um grande espaço em sua propriedade.  No Sul Mineiro onde se localiza a RPPN MORRO DO ELEFANTE, devido a proibição do corte e as multas aplicadas pelos órgãos ambientais, sem que haja uma orientação por parte das autoridades competentes, existe a mesma postura. Os produtores rurais locais, em grande parte pecuaristas não mais plantam Araucárias e esse tipo de postura já esta sendo adotado no caso de outras espécies como é o caso da Candeia (Gochnatia polymorpha).

A Araucária é protegida por lei desce 13/03/1797 Carta Régia, diante da iminente extinção várias outras leis foram criadas. A tendência recente tem sido a de proibir qualquer tipo de intervenção no bioma da araucária, mesmo na forma de manejo sustentável autorizado pela Constituição. O que não vem impedindo que a ação humana continue contribuindo para que tão bela espécie desapareça. A foto acima mostra parte de uma queimada no ano de 2011 que destruiu mais de 1000 ha no município de Bocaina de Minas em Área de Preservação Permanente, onde muitas espécies foram queimadas.

   "Todos os anos, 1% das araucárias morre naturalmente. Se não houver pelo menos 1% de natalidade, ela será extinta." Flavio Zanette


   Entre as incongruências da política oficial, apesar de sua importância e de estar em estado de ameaça crítica, há poucas unidades de conservação para seu sensível ecossistema, e o próprio governo federal brasileiro aprovou a criação da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, na divisa da Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, cujo lago inundou uma área de aproximadamente 8.140 hectares onde sobrevivia um dos mais bem preservados e biologicamente ricos fragmentos de floresta ombrófila mista do estado de Santa Catarina.


   A postura da RPPN MORRO DO ELEFANTE é de esperança ativa, queremos construir um mundo melhor, e nesse mundo haverá sempre Araucárias, tão nobre ser da natureza que se doa generosa a tantos outros seres. Para isso nos últimos anos plantamos mais de 100 mudas de pequenas Araucárias (Projeto Pro Mata), e todos os anos na época do Pinhão enterramos  um grande número de sementes para que outras pequenas araucárias brotem. Como não coletamos mais do que 10% das sementes produzidas no sítio, na intenção de que as sementes remanescentes possam alimentar os animais silvestres, eles também ajudam a dissemina-las. Nos últimos anos temos observado que esse trabalho tem dado resultados bastante positivos, pois existem,  em toda área do sítio,  inúmeros exemplares de Araucária de diferentes tamanhos.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

RIO GRANDE


A RPPN MORRO DO ELEFANTE localiza-se na Serra da Mantiqueira, em meio aos contrafortes sem fim dessas belas paisagens montanhosas. Mantiqueira é um termo de origem tupi, que significa "gota de chuva", através da unção dos termos amana (chuva) e tykyra (gota). Este nome deve, provavelmente, ter sido escolhido devido ao alto índice pluviométrico da região. Verão muito chuvoso e fresco, invernos frios, secos e ensolarados.




Terras Altas com grande número de nascentes, riachos, cachoeiras. Rio Grande, um importante Rio que nasce no Estado de Minas Gerais e banha também o Estado de São Paulo, sua nascente localiza-se a menos de 2 km da RPPN MORRO DO ELEFANTE, no município de Bocaina de Minas e percorre 1360 km até encontrar o Rio Paranaiba no município de Carneirinho - MG, formando assim o Rio Paraná.


      Cachoeira do Rio Grande - maior cachoeira dentro do município.


  

Cachoeira do Rio Grande em período chuvoso

A Bacia do Rio Grande é responsável por aproximadamente 67% de toda enérgia gerada no Estado Mineiro, o volume de água é imensurável, formando uma divisa natural entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, contribuindo imensamente para agricultura e pecuária dos dois maiores estados do Sudeste Brasileiro.



Apesar de sua grandiosidade e abundância o Rio Grande se forma de pequenas nascentes que vão acrescentando volume ao longo de seu percurso. Próximo a nascente é possivel banhar-se com tranquilidade em águas frias e cristalinas, sendo que sua profundidade não ultrapassa 50 centimetros. A RPPN MORRO DO ELEFANTE é responsável por duas nascentes que fornecem água para o Sítio, desaguando depois, limpas no leito deste valioso Rio.




No entanto, sua história não é  só de belezas e glória, pois a poucos kilometros da nascente, o Rio Grande já recebe um volume de agrotóxicos e esgoto doméstico não tratados da primeira localidade que atravessa. O descaso público, a falta de consciência da população, pouco instruída e a cultura local de jogar todos os dejetos no rio, nos sinalizam o grande trabalho que há por se fazer.





A 15 km da nascente, suas águas já se tornam turvas, devido ao desague de esgotos não tratados em suas águas.






A falta de mata ciliar também provoca o assoriamento, ficando assim suas margens desprotegidas e sujeitas a erosão.